Investindo em educação industrial

Conforme nos aproximamos do período de volta às aulas nos EUA, naturalmente nossos pensamentos se voltam para a educação. Como de costume, examinei algumas fontes sobre o assunto enquanto preparava esta coluna.

A revista Kiplinger compilou informações fornecidas por um número de fontes especializadas para determinar os melhores trabalhos que não exigem um diploma universitário. Para 2017, eles apontaram 11 destes trabalhos, e com um deles – Mecânico de Máquinas Industriais (em inglês IMM – Industrial Machinery Mechanic) – podemos nos identificar. Eles ainda indicam que existem 334.394 empregos de Mecânico de Máquinas Industriais nos EUA com um crescimento previsto de 19,2% dentro de um período de 10 anos. Este trabalho tem salário médio anual de US$ 49.537. Seus resultados de 2016 incluíram outros trabalhos além deste, como encanador, programador de máquina-ferramenta e isolador mecânico como escolhas top-10.

Mais de uma década atrás, comecei a discutir a necessidade da educação sobre ofícios. Uma pesquisa recente de CEOs da revista FORTUNE apontou a escassez de mão-de-obra qualificada como seu quarto maior desafio. Nós já analisamos os motivos disso, e alguns deles só se tornaram mais agudos. Estes incluem, mas não estão limitados a:

– Uma mão-de-obra especializada envelhecida cada vez mais próxima da aposentadoria. A Deloitte indica que 2 milhões de 3,4 milhões de postos de trabalho em fábricas americanas estarão desocupados até 2025;
– Um sistema educacional rastreando apenas alunos que cursaram o ensino superior. Isto mesmo depois de um relatório do Departamento de Trabalho dos EUA dizer que a maioria das vagas de empregos americanos na próxima década não exigirá um diploma universitário;
– Uma imagem negativa das fábricas. Um estudo de 2015 descobriu que os millenials (Geração Y – nascidos após a década de 1980) classificavam um trabalho em uma fábrica como sua carreira menos preferida;
– Menos candidatos como força de trabalho. Um relatório indicou que 10% menos homens em idade inicial para trabalhar estão no mercado de trabalho em comparação a 60 anos atrás.

A administração do governo Trump está investindo em programas de estágios. Em 15 de Junho foi assinada uma ordem executiva para dobrar os fundos para programas de estágios, o que aumentaria o número de aprendizes para 500 mil. É um passo na direção certa, mas os governos e as indústrias locais (às vezes em parceria) também estão investindo em programas destinados a melhorar a conscientização e o engajamento para sanar este problema. Por exemplo, em Wisconsin uma parceria entre escolas e mais de 200 indústrias mostra resultados. Em 2005, 193 estudantes foram matriculados em programas de aprendizado de soldagem em comparação com 835 em 2016. Aumentos similares foram observados em programas para formar maquinistas.

Em nosso setor, as empresas também estão, de forma individual, investindo na educação industrial. Em Maio deste ano, informamos que a Fundação Arconic concedeu seis subsídios de US$ 100.000 em seu Programa de Subsídios Educacionais para Produção Avançada. Na ocasião, detalhamos quem recebeu esses subsídios.

A indústria siderúrgica tomou medidas para treinar e educar sua futura força de trabalho. Como esses programas variam, se você se interessar em ver as diferenças, pode verificar cada um deles individualmente no site das empresas. Entre elas:

ArcelorMittal EUA: chamado Steelworker for the Future® (algo como Tralhadores da Siderurgia para o Futuro), este programa é desenvolvido para estudantes do ensino médio que não pretendem ir para a faculdade. Ele é idealizado para que os alunos desenvolvam habilidades básicas em uma faculdade parceira, passem um exame de ingresso e depois se aprimorem em equipamentos específicos;
Califórnia Steel Industries Inc .: seu centro InTech usa instalações totalmente equipadas para ensinar habilidades como leitura de modelos, robótica, soldagem e usinagem;
Charter Steel: parcerias com escolas secundárias locais e o Programa de Aprendizagem Juvenil de Wisconsin;
Gerdau: programas educacionais foram estabelecidos até o nível do ensino médio para ampliar a conscientização sobre as oportunidades de carreira;
Nucor: seu programa, em parceria com a Shelton State Community College, é diretamente focado na formação de estudantes cuidadosamente recrutados.

Aqui está o que dissemos há quase uma década. “Se você conhece alguém que não tem certeza de que quer ir à faculdade, informe-os sobre as oportunidades para trabalhadores nas fábricas. Eles agradecerão, e nossa indústria se tornará um pouco mais forte uma pessoa por vez”.

  • Luiz Roberto Hirschheimer
    20 de setembro de 2017 at 10:22

    Excelente artigo.
    O assunto merece ser divulgado e estimulado pela indústria.

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